Trade-off e custo de oportunidade: o que é, conceitos e exemplos

Trade-off e custo de oportunidade são conceitos sinônimos e amplamente usados e estudados na área econômica.

Um trade-off consiste em tomar uma decisão excludente, ou seja, escolher uma alternativa em detrimento de outra. De um modo geral, o trade-off acontece quando você tem duas ou mais opções para escolher, mas só pode escolher uma delas, e terá que desprezar as outras, não sendo possível escolher todas.

Quando você decide abrir mão de alguma coisa para fazer outra, à opção descartada chama-se custo de oportunidade.

Exemplo prático:

É noite de domingo e você tem uma prova importantíssima na manhã do dia seguinte. Se a sua nota na prova ficar abaixo da média, você corre o risco de ser reprovado naquela disciplina. E você sabe que não estudou o suficiente para tirar uma boa nota.

Porém, na mesma noite será realizado um show imperdível da sua banda favorita. Será a primeira vez (e talvez a última) que essa banda vai se apresentar na sua cidade.

Portanto, você terá que escolher entre ir ao show da sua banda favorita ou passar a noite estudando para a prova do dia seguinte. Se você optar por assistir ao show, certamente será reprovado naquela matéria, porque não terá mais tempo para estudar o conteúdo da prova. Se decidir passar a noite estudando, terá grandes chances de tirar uma boa nota, porém nunca mais terá a oportunidade de ver seus ídolos de perto.

Essa situação hipotética ilustra o que é um trade-off.

Em economia, existe um exemplo clássico de trade-off entre desemprego e inflação. Para as autoridades públicas, é muito difícil manter baixas as taxas de desemprego e inflação ao mesmo tempo. O governo possui mecanismos e recursos para tentar reduzir a taxa de inflação quando esta estiver alta. Mas para reduzir a inflação, será necessário tolerar um índice de desemprego mais alto. O inverso também acontece: se a taxa de desemprego estiver acima do tolerável, ao tentar reduzi-la, o governo terá que suportar uma inflação mais alta.

Neste momento, não é necessário entender os mecanismos por meio dos quais funciona o trade-off entre inflação e desemprego. Esse assunto será abordado com mais detalhes nos artigos posteriores.

Mais um exemplo:

Suponha que você tem 20 mil reais guardados na poupança e deseja usar esse dinheiro para fazer um investimento. Você tem duas opções: comprar títulos públicos do governo ou abrir sua própria empresa.

Suponha que a taxa Selic foi fixada em 10% ao ano. Isso significa que, ao investir seu dinheiro em títulos públicos, daqui a um ano, o valor investido vai te dar um retorno de 10%, que é  taxa de juros previamente estabelecida. No caso, 10% de 20 mil reais corresponde a 2 mil. Esse é o retorno que você terá, daqui a um ano, se escolher a primeira opção.

No entanto, em vez de aplicar esse dinheiro, você também pode usá-lo para montar uma empresa e abrir o seu próprio negócio. Para isso, terá diversas despesas, como alugar um espaço, comprar equipamentos, contatar funcionários, entre outras.

Antes de optar por abrir a empresa, você precisa prever o retorno esperado. Se o lucro líquido esperado com a abertura da empresa for superior a 10% ao ano (2 mil reais), vale a pena investir o dinheiro na empresa. Se o retorno for menor que 10%, é mais vantajoso usar o dinheiro para comprar títulos do governo.

É obvio que a sua previsão pode estar errada, e o resultado final será menor (ou maior) que o previsto. Há também todo o esforço que você terá para selecionar e treinar os funcionários, organizar e administrar a empresa e cumprir as exigências burocráticas. São problemas que você não teria se deixasse esse dinheiro apenas aplicado, rendendo juros.

Outros exemplos de trade-offs:

  • Inflação ou desenvolvimento econômico
  • Distribuição de renda ou eficiência econômica
  • Viajar ou guardar dinheiro
  • Investir no mercado de ações ou em renda fixa
  • Trabalhar como empregado ou abrir um negócio próprio
  • Fazer uma faculdade ou arrumar um emprego
  • Estudar medicina ou direito

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